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16 de janeiro de 2013

In the Mood for dance

Primeiro uma pequena apresentação. Sou um Lindy Hopper desde ... já lá vão uns 4 anos. E foi no Lindy Hop que me iniciei nesta apaixonante arte de pôr músicas para festas.

Primeiro, porque éramos poucos e alguém tinha de ficar a trocar os CDs. Já tinha alguns, que casualmente fui comprando ainda antes de saber que eram músicas que se podiam dançar, pelo que nem me preocupei muito com a selecção que levava. Basicamente para cada festa leva num saco todos os CDs de jazz antigo que tinha.

E que trabalheira tinha para escolher a música seguinte. O processo era o seguinte. Punha a primeira, escolhia um CD aleatoriamente e ouvia todas as pistas até uma qualquer chamar a atenção. Se não encontrasse nenhuma boa passava para outro CD e o processo recomeçava. Isto tudo dentro dos 2-3 minutos que durava a música que estava, entretanto, a tocar. Às vezes era um stress! :)

Não fui o único DJ a pôr música nas festas, felizmente. Felizmente, repito, porque também gostava de dançar. Mas mesmo quando era eu a pôr música fartava-me de dançar, até aqueles últimos 10 segundos, quando a banda está com os instrumentos todos no ar, a energia está ao rubro, e imediatamente apercebemo-nos que a música está quase, quase a terminar. Dava uma corrida até aos decks, esperava pelo último suspiro, e punha a seguinte a tocar. Isto só funcionava se já a tivesse preparado antes.

A nossa principal missão como DJ é manter um bom ritmo de festa, de conseguir aquele feeling que se sente quando há muita energia no ar, muitos sorrisos, alegria, e happy feet - os pés ganham vida própria e ficam a marcar o ritmo, os triples, a imaginar voltas, e quase só damos por isso quando tentamos recuperar o controlo sobre eles... :)

In the Mood


Uma das músicas mais populares do período das Big Bands e do swing, entre os anos 30 e 40, foi certamente In the Mood, numa gravação de Glenn Miller and his Orchestra, de 1939. Não foi a primeira gravação deste tema, no entanto. Em 1930 uma primeira versão deste tema foi gravada por Wingy Manone com o título Tar Paper Stomp. No entanto só se tornou popular em meados dos anos 30. Em 1931 ainda foi usado a mesma melodia para gravar Hot and Anxious, pelo saxofonista Horace Henderson, da Fletcher Henderson Orchestra.

Isto acontecia naturalmente, num período em que o copyright só era válido se fosse registado no copyright office. Qualquer tema que não estivesse registado podia ser apanhado de ouvido e reproduzido. Foi com Glenn Miller que o tema ganhou popularidade, com arranjo de Joe Garland, Andy Razaf e do próprio Glenn Miller.
É uma música que começa com arpeggios de saxofone, com trompetes e trombones a intercalar e adicionar acentuações. A 2/3 da música a banda toca mais suave e vai progressivamente subindo de volume até à secção final, com um trompete vibrante e triunfal. Para rematar os trombones e saxofones juntam-se numa nota final, em uníssono, que é terminada com um rim shot, uma batida única da bateria.


Sun Valley Serenade, um filme de 1941, é um dos dois filmes onde se pode ver a Glenn Miller Orchestra. Aqui precisamente a tocar In the Mood.



Tar Paper Stomp


Em 1930 Wingy Manone and His Cats grava o que se pode considerar a primeira versão de In the Mood.



Hot and Anxious


Em 1931 o mesmo tema foi usado por Horace Fenderson para gravar Hot and Anxious da Fletcher Henderson Orchestra